Constelação Inteligência Sistêmica

Como funcionam os exercícios sistêmicos?

No decorrer da jornada evolutiva da constelação sistêmica familiar, muitos ganhos foram alcançados em níveis de efeitos práticos na vida de muitas pessoas. A dinâmica familiar muda significativamente quando alguém do sistema está disposto a agir e, independentemente de qualquer outro, ela retoma o movimento da ação e fica a serviço desta família, para ressignificar alguns entraves que causam bloqueios, sofrimentos, estresse, ansiedade, procrastinações, infidelidade, escassez financeira e uma vasta lista de problemáticas.

Seria, talvez, agudo demais dizer que bastaria uma pessoa da família se posicionar em seu lugar para que todos ao redor entrassem em seus lugares também, mas isso realmente é muito provável. Funciona basicamente como uma dinâmica familiar que se ajusta e se reorganiza de modo salutar num âmbito macro, onde todos os envolvidos saem ganhando. 

Pela minha experiência terapêutica, que inclui vivências de cura e atendimentos presenciais e online, a maior busca das pessoas é pela ordem do sistema familiar. A constelação sistêmica familiar, em si, é um exercício sistêmico que pode mudar positivamente as nossas relações pelo alívio de todos os envolvidos no sistema. Os exercícios sistêmicos têm, por característica, um menor número de representantes no campo morfogenètico, enquanto que a constelação familiar em si pode envolver maior número de representantes. 

Nesta vertente filosófica com fins terapêuticos da constelação sistêmica, a pessoa que escolhe desprender-se de sentimentos que a bloqueiam ou lhe causam sintomas, precisa estar acompanhada pela força da responsabilidade pessoal. Só assim este trabalho pode ser orientado para uma solução. Também considero a solução como um processo que altera a qualidade do vínculo sem o romper, com a compreensão adequada de que algo muda e se cura, respeitando cada destino como ele é.

As maiores dificuldades na dinâmica familiar encontram-se na tentativa de encobrir o destino difícil, muitas vezes nefasto, de algum membro que não é aceito por alguém. É silenciado, ninguém fala disso, fica ofuscado, mas todos sentem esses efeitos de diversas formas em seus corações, mesmo que não se condicionem a esta situação. Apenas sentem os efeitos em suas vidas!

Os exercícios sistêmicos, de acordo com a interação e a postura neutra do terapeuta e cliente, aparecem nas sessões terapêuticas como uma ferramenta utilizada para facilitar uma resolução para a pessoa desprender-se de algo ou de alguém que esteja causando algum tipo de desconforto. A questão da solução é baseada em resolver o problema de maneira conciliatória, sem julgamentos nem exigências, e desprender-se sem qualquer intenção de mudar aquela circunstância, apenas concordando e acolhendo com respeito, humildade e amor, aquela realidade. Assim, conseguimos ter liberdade e seguir com o nosso próprio destino, escolhas assertivas e com a força da nossa origem que nos nutre. São exercícios sistêmicos de pura empatia!

Muitas vezes, queremos esquecer e simplesmente abandonar alguém que não gostamos ou que não concordamos com sua conduta no sistema familiar por motivos morais, e assim achamos que ficaremos livres do vínculo com aquela pessoa. Entretanto, ao contrário do que pensamos, o vínculo é uma condição básica no sistema familiar, e a exclusão daquela pessoa ou o afastamento dela não torna esse vínculo passível de dissolução em termos psicológicos nem práticos. Ficamos ligados àquela pessoa e sentimos seu efeito sobre as pessoas antes unidas.  O vínculo não se dissolve. A questão é que os exercícios sistêmicos ou de empatia, neste trabalho, podem trazer o viés de perceber, ajudar, aceitar, limitar ou mudar em seus efeitos, o evento vinculante, abrindo-lhe novas possibilidades.

A experiência terapêutica, positiva neste quesito “vinculação” e “liberação”, pode ser útil para proporcionar uma melhora nos traumas e problemas essencialmente importantes nos relacionamentos, de modo que a pessoa não sofra danos nem tenha dificuldades de encontrar soluções adequadas à sua realidade.  

Atualmente, quando partimos da ideia que abrange as conexões de heranças que são passadas de geração para geração nos sistemas familiares e que envolvem lados negativos da vida, os efeitos da experiência terapêutica, vivenciada por inúmeras pessoas, pressupõe o que não foi reconciliado e que repete-se em intervalos de tempo, e ressurge em processos deslocados, até que se chegue a uma compreensão desta ligação, e ela possa existir de modo amigável e até com amor,  livre da necessidade de exclusão, em uma atitude espiritual num sentido mais amplo. 

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