A inteligência sistêmica ajuda, de uma forma muito simples, a organizar os vínculos familiares e, posteriormente, os vínculos sociais, possibilitando a compreensão e a reconciliação com nosso passado, abrindo caminhos de comunicação diante de ligações disfuncionais.
Para nos ajudar existem, então, o que chamamos de cinco ciclos do amor. O que significa isso? Que existe uma ordem a ser seguida para que nossas relações funcionem de maneira saudável e assertiva para todos os envolvidos.
Em primeiro lugar, vamos organizar os vínculos afetivos com nossas raízes, nossos pais e ancestrais. Depois vamos para o nosso servir, nossa vida profissional. Num terceiro momento, construímos nossa família, parceiros conjugais, filhos, se possível, e, por fim, podemos contribuir para um coletivo maior, tipo “salvar as baleias na Austrália” ou algo assim, como que mais “grandioso” e que impacte positivamente o coletivo.
Então, na prática, temos:
1 – Organizar as nossas relações com os nossos pais;
2 – Organizar as nossas relações profissionais e, assim, a nossa vida profissional;
3 – Organizar a nossa família atual, cuidando do nosso relacionamento amoroso, conjugal;
4 – Organizar a nossa família atual cuidando dos relacionamentos com os nossos filhos;
5 – Contribuir para o bem maior, atuar de modo a servir o coletivo, para além dos nossos sistemas de origem, atual e profissional.
Vale ressaltar que essas pessoas do nosso sistema podem estar vivas ou mortas! Podemos REorganizar os nossos sistemas todos, essas pessoas estando conosco fisicamente ou não!
Agora, você deve estar pensando: “Ok, mas o que isso tem q ver com a minha experiência de luto?”.
E eu te respondo: parece distante, mas é mais próximo do que se possa imaginar. Organizar nossos ciclos do amor nos coloca numa boa postura, e consequentemente, nossos vínculos ficam saudáveis. Assim, temos recursos internos suficientes para lidar com frustrações, perdas e dificuldades de uma maneira diferente da maioria.
Conseguimos evoluir mais facilmente na dor e no sofrimento, podemos alcançar um equilíbrio de conformidade com nossa realidade para que algo se solucione e a paz volte à alma.
A seguir podemos – e devemos – viver a separação inicial dos nossos corpos com sentimentos de tristeza e angústia, viver por algum tempo – necessário – o luto. Mas não precisamos ficar sofrendo o luto por tempo prolongado e adoecer, não temos que deixar de viver plenamente a nossa vida depois que um ente querido morre, ou quando se perde algum objeto importante. Podemos elaborar este período de maneira mais leve!
Essa é a ligação de alcance da Inteligência sistêmica no luto. Quando estamos efetivamente organizados em nossas relações afetivas construímos recursos internos psicoemocionais suficientes para enfrentar e lidar com rupturas significativas e importantes, de maneira que a pessoa que fica consegue trilhar esse caminho de REssignificação da morte com mais facilidade e leveza. Uma sabedoria em que, mesmo passado o luto, a força continua como uma sabedoria de vida, para uma vida mais leve.
Não há separação entre matéria e espírito. Você consegue acessar e REconhecer o amor de quem partiu dentro de si de forma espiritual, anímica, e conviver bem com a morte e em paz enquanto permanece caminhando para a vida! Assim todos ficam em paz, e no amor! 🧡